quarta-feira, janeiro 14, 2004

Estudantes na Alemanha têm direito a saber
Professoras proibidas de usar véu

Os governos da Baviera, Baden-Württemberg e cinco outros estados da Alemanha proibiram as professoras de usarem o véu muçulmano nas salas de aula. As autoridades alegam que a indumentária estava a ser utilizada pelas pedagogas para ocultar a infidelidade dos seus maridos.
"Tomámos esta decisão antes de mais para manifestar de forma provocatória a nossa atitude prepotente e chauvinista para com as minorias étnicas, cuja existência apesar de tudo toleramos", explicou o chanceler alemão Gerhard Schroeder ao PsicoTapa. "Além do mais, não aguentamos mais aquele cheiro a incenso e a caril que eles exalam", acrescentou em linguagem gestual.

A decisão tomada vai contra o Artigo Quarto da Constituição da República Federal Alemã, que garante um tratamento igual a todas as religiões, mas o líder germânico considera que o uso do véu obstrui o direito à informação dos cidadãos, também consagrado no texto constitucional. "Se há um corno dentro da sala de aula, os alunos têm direito a saber", defende Schroeder.

A Alemanha não é o único país que encetou uma cruzada contra o véu islâmico. Em França, uma comissão formada pelo Presidente, Jacques Chirac, recomendou recentemente a proibição não só a professores, mas também aos estudantes, do uso de parafernália religiosa, excepto pequenos adereços à volta do pescoço. As razões do Governo gaulês são, contudo, mais bem sustentadas que as do germânico. "Véu não me dá tesão", afirmou Chirac, numa entrevista recente ao canal SIC Radical. "Já um crucifixozinho [risos]. Sou capaz de passar um dia inteiro a uivar só de olhar para uma colegial de crucifixo", admitiu.

domingo, janeiro 04, 2004

Considerada matéria relevante para o processo
Carta anónima envolve um duende, três castores e o Homem Invisível no processo Casa Pia

O juiz do processo Casa Pia, Rui Teixeira, recebeu um carta anónima que acusa um duende, três castores e o Homem Invisível de terem praticado actos pedófilos durante a leitura da mensagem de ano novo do Presidente da República, Jorge Sampaio, "pelo menos durante o parágrafo em que ele fez referência aos militares da GNR destacados no Iraque".

Segundo sabe o PsicoTapa, o responsável pela acusação do Ministério Público, João Guerra, apensou a carta ao processo porque, "apesar de anónima, vinha assinada, registada e com aviso de recepção".

"Só pode ser uma brincadeira", afirmou o bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice, num primeiro comentário à notícia do PsicoTapa. "Mas também é verdade que já comparei uma brincadeira à carta em questão e não encontrei muitas semelhanças", admitiu Júdice, que falou à nossa redacção enquanto fazia o pino em cima de uma cadeira de mogno.

Noutra declaração bombástica, o constitucionalista Jorge Miranda afirmou que "o castanho vai ser a cor mais em voga neste Inverno", sendo de imediato aplaudido de pé por todos os seus ex-alunos de Direito e por mais três insectos rastejantes que já se preparavam para sair da sala.

Questionado sobre a possibilidade de o Homem Invisível ser uma personagem de ficção e os duendes seres mitológicos – à semelhança dos gnomos, dos elfos, das hamadríades e da amiga de "Bibi" Ana Paula -, o procurador João Guerra respondeu apenas que "a História está cheia de exemplos de pessoas que nunca existiram mas que, por esta ou por outra razão, até chegaram a administradores-delegados da Agência Lusa".

Frase do ano (e ainda agora começou):

- O Ministério Público recebeu "muitas dezenas de cartas anónimas", as quais "podem ter sido enviadas por quem quer que seja".
in comunicado da Procuradoria-Geral da República sobre a carta anónima que envolve Jorge Sampaio e António Vitorino no processo Casa Pia