Estudantes na Alemanha têm direito a saber
Professoras proibidas de usar véu
Os governos da Baviera, Baden-Württemberg e cinco outros estados da Alemanha proibiram as professoras de usarem o véu muçulmano nas salas de aula. As autoridades alegam que a indumentária estava a ser utilizada pelas pedagogas para ocultar a infidelidade dos seus maridos.
"Tomámos esta decisão antes de mais para manifestar de forma provocatória a nossa atitude prepotente e chauvinista para com as minorias étnicas, cuja existência apesar de tudo toleramos", explicou o chanceler alemão Gerhard Schroeder ao PsicoTapa. "Além do mais, não aguentamos mais aquele cheiro a incenso e a caril que eles exalam", acrescentou em linguagem gestual.
A decisão tomada vai contra o Artigo Quarto da Constituição da República Federal Alemã, que garante um tratamento igual a todas as religiões, mas o líder germânico considera que o uso do véu obstrui o direito à informação dos cidadãos, também consagrado no texto constitucional. "Se há um corno dentro da sala de aula, os alunos têm direito a saber", defende Schroeder.
A Alemanha não é o único país que encetou uma cruzada contra o véu islâmico. Em França, uma comissão formada pelo Presidente, Jacques Chirac, recomendou recentemente a proibição não só a professores, mas também aos estudantes, do uso de parafernália religiosa, excepto pequenos adereços à volta do pescoço. As razões do Governo gaulês são, contudo, mais bem sustentadas que as do germânico. "Véu não me dá tesão", afirmou Chirac, numa entrevista recente ao canal SIC Radical. "Já um crucifixozinho [risos]. Sou capaz de passar um dia inteiro a uivar só de olhar para uma colegial de crucifixo", admitiu.